Amanda Costa Chief Kindness Officer na Escola do Caos
A sessão mais disputada do segundo dia de SXSW, o maior festival de inovação do mundo, que acontece em Austin, no Texas, foi a de Reggie Fils-Aimé, ex presidente e diretor de operações da Nintendo of America. Ele falou sobre como as empresas podem ser mais inovadoras, sobre sua descrença no metaverso e a importância da Cultura para as organizações. Gostei demais dessa conversa, por isso resolvi trazer aqui para vocês.
Aos 60 anos, o executivo super reconhecido como disruptor e inovador foi o primeiro afro-americano a ocupar o cargo de presidente da Nintendo of America e, ao entrar no tema inovação, disparou que o Facebook não é inovador, o que quebrou o silêncio na platéia de mais de 1000 pessoas. Ele explicou que o Facebook lançou coisas realmente interessantes como os óculos, como o instagram e também tem sido seguidor rápido das ideias de oturas pessoas. Reggie diz que é inerente à companhia de Zuckerberg não ser inovadora e que são uma plataforma social muito original e ponto. Ele explicou para ser inovadora, uma empresa precisa realmente pensar primeiro no consumidor e disse que o Facebook pensa primeiro em receita de publicidade, que, aliás, representa 98% da receita. Mas, para inovar, é preciso pensar no cliente, trazer ideias novas e diferentes que facilitem a vida do consumidor e isso precisa permear a cultura da empresa. A cultura precisa ser uma cultura de inovação.
“Qualquer coisa que você faça dentro de uma empresa inovadora, se sua área é contabilidade, desenvolvimento de produtos, marketing, você precisa se desafiar a fazer coisas de maneiras diferentes em vez de fazer o mesmo de sempre ou copiar ideias de outra pessoa”
O Keynote Speaker do segundo dia de SXSW reconheceu que a Meta – o novo nome do Facebook – está se inclinando para a RV – realidade virtual, mas questionou se realmente nós vamos querer viver, trabalhar e brincar com um fone de ouvido e imersos em mundos virtuais por uma parte significativa do nosso dia. Ele acredita mais em RA – Realidade aumentada e usou como exemplo o Pokemon GO. “Acho que a ideia de usar um conjunto de lentes e óculos e usá-los em diferentes pontos do seu dia para interagir com uma experiência digital, no final, é mais atraente.”
Sobre o Metaverso, que, aliás, é uma das palavras mais ouvidas pelos corredores do SXSW, junto com Web 3, NFT’s e Blockchain, Reggie enxerga como a nuvem de cinco anos atrás ou mesmo a internet de 20 anos atrás.
“Para mim, o Metaverso é um espaço digital onde você interage com seus amigos. Acredito que elementos do Metaverso já existem, como o Fortnite ( vídeo game). Mas minha definição, a maneira como vejo é diferente do que as outras pessoas estão falando. Eu não sou um comprador dessa ideia.”
Para ele, em um futuro breve, o entretenimento vai misturar mundo físico e digital. Com diferentes tipos de jogos altamente atraentes. A Epic, segundo Reggie, é uma empresa que está inovando e fazendo coisas realmente diferentes, embora ainda seja uma empresa pequena. Eles estão lançando seus jogos, comprando estúdios e tem um mecanismo de jogo que vem sendo usado em filmes. Dentro de um ano ou dois será possível ver o resultado deste trabalho, empresas como esta estão falando com um público mais jovem, que será o consumidor do futuro.
“A cultura de uma empresa é o ar que os colaboradores respiram”
Depois de mandar o sincerão quanto à sua visão sobre o Facebook e comentar sobre como enxerga o Metaverso, Reggie deu uma verdadeira aula sobre Cultura organizacional em pouquíssimas palavras. Ele disse que a Cultura é o ar que os colaboradores respiram, é como as pessoas agem quando os executivos não estão na sala. E alertou: quando uma empresa tem uma Cultura ruim, a liderança precisa se responsabilizar por isso.